Operação em boate acaba com adolescentes detidos em Ipatinga

Boate do bairro Caçula é acusada de falicitar entrada de menores, pessoas armadas e traficantes de drogas
IPATINGA - Mais de 20 menores foram apreendidos durante o final de semana em operação feita pela Polícia Militar e o Conselho Tutelar nas mediações da boate Griffe, situada na rua F, no residencial Ayrton Senna. Dentro da casa noturna os militares encontraram um menor com dois papelotes de cocaína. Do lado de fora, afirma a PM, havia vários adolescentes com sinal de embriaguez. Todos foram levados para a sede da 152° Cia de Polícia Militar, no bairro Canaã. 
De acordo com o sargento Adilson Pereira, que acompanhou a operação na entrada da boate, alguém teria dispensado quatro papelotes de cocaína ao ver a chegada da PM à porta da boate. Em um lote vago anexo à casa noturna, foram encontrados dois indivíduos fazendo uso de maconha.
"Os adolescentes foram qualificados e os três conselheiros tutelares acionaram os responsáveis para que buscassem os filhos. Um dos pais relatou que o filho estava na casa de uma colega em um churrasco, quando na verdade estava em frente à boate, logicamente com o objetivo de ingressar no ambiente interno", disse o sargento.
Em um levantamento, a PM identificou 58 pessoas no local que possuem passagens por tráfico de droga, tentativa de homicídio e lesão corporal, entre outros delitos. 
Outro grave erro detectado na casa noturna, segundo relato de testemunhas, é a não exigência de documento de identidade para entrar. Uma menor de 17 anos que estava na boate na noite da última sexta afirmou que os responsáveis pela portaria não pedem documento, tampouco revistam frequentadores.
"Eles não revistam para ver se a pessoa entrou com arma ou droga, lá é ponto de prostituição e de tráfico. Eles vendem e oferecem tanto para o menor ou maior de idade. Não tem faixa etária para entrar", acusou.

DENÚNCIAS
A conselheira tutelar Welligta Paula também estava na porta da boate durante a operação e afirmou que o conselho possui várias denúncias de que dentro da casa noturna existe tráfico de drogas, sexo explícito e pessoas armadas. "Encontramos moças com roupas curtas, umas até disseram que iam se prostituir. O menor encontrado no interior da boate disse que comprou cocaína lá dentro. Estamos preparando um relatório para o juiz e o promotor da infância com todos esses fatos", declarou.
Dos adolescentes apreendidos no interior e mediações da Griffe 111, apenas uma mãe sabia que a filha tinha ido para a boate. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente é proibido que menores de 18 anos estejam desacompanhados na rua após as 22h.

INCÔMODO
Vizinhos da casa noturna relataram que os frequentadores produzem muito barulho e tumulto na via pública com carros de som. Os moradores inclusive já fizeram um abaixo-assinado na tentativa de fechar o estabelecimento. "Ligamos para o 190 quanto tem som alto. O público que frequenta o local é de má conduta. Temos medo de passar na rua depois das dez da noite quando tem movimento na boate. Já vimos pessoas armadas na porta e menores. Isso é todo final de semana", relatou.
A PM informou que, com base nesses dados, tem intensificado o policiamento no local.

CONTRADIÇÃO
O proprietário da boate Griffe 111, Marcos de Oliveira Rodrigues, disse que possui uma equipe de 15 seguranças e detector de metal para a identificação e revista dos frequentadores. Sobre os tumultos causados do lado de fora, o empresário alegou que cabe a Polícia Militar cuidar para que não haja pertubação do sossego.
"Se entrou algum menor, foi falha da segurança e não fui comunicado. Quando fica tumultuado, fica complicado conferir os documentos de identidade e às vezes pode acontecer de entrar um menor. Instalei câmeras na porta da casa, quando vimos algo de errado acionamos a polícia", declarou. Fonte: Diário Popular 

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