Liminar diz que greve dos professores em Ipatinga é ilegal

Manifestantes acusaram o prefeito e "queimaram" supostas mentiras do governo
IPATINGA - O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou o pedido da Prefeitura Municipal de Ipatinga e concedeu uma liminar no fim da tarde de ontem (13), em que considera ilegal a greve dos professores da rede municipal de ensino, iniciada na semana passada.
O documento - uma ação civil pública com pedido de liminar - foi protocolado no TJ na última sexta-feira pela Administração, pedindo o retorno das atividades dos professores. A decisão considera a educação um serviço público essencial e estipula multa diária de R$ 50 mil em caso de continuidade da paralisação, valendo desde o início do movimento.
Cida Lima, coordenadora do Departamento de Comunicação e Cultura do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), disse que a paralisação continua. Segundo ela, os próximos passos serão definidos em uma reunião do comando de greve, na manhã de hoje. O sindicato irá recorrer da liminar.



Na tarde de ontem, antes de receberem a notificação do TJ, trabalhadores em educação de Ipatinga se reuniram em frente à sede do poder Executivo para protestar.
Culpando Robson Gomes pela paralisação e denunciando supostas mentiras da Administração, os manifestantes acenderam uma fogueira e queimaram papéis contendo as alegações da Prefeitura para a não-negociação.



A greve dos professores municipais começou na última quarta-feira (8), acompanhando o movimento dos professores estaduais. Em Ipatinga, os profissionais pedem que seja pago um valor R$ 1.597 para profissionais do nível médio. Querem também a regulamentação da extensão da jornada, que autoriza a dobra no expediente - a lei foi sancionada pelo presidente da Câmara Municipal mas o prefeito declarou que irá tentar derrubá-la na Justiça. Na pauta de reivindicações, estão ainda a realização de um concurso público até novembro deste ano para completar as vagas em aberto nas escolas da rede, a elaboração de um projeto de lei para conceder aos professores contratados benefícios como férias e o 13º salário e também que seja estabelecida uma comissão para estudar os aumentos salariais. 


DIVERGÊNCIAS
Durante toda a semana passada, a Administração divulgou na imprensa que as aulas nas escolas estavam acontecendo normalmente e o prefeito Robson afirmou que a greve não tinha legitimidade e que iria pedir, na Justiça, o fim da paralisação. Disse também que o Executivo não possui recursos para pagar o que os manifestantes pedem, sob o risco de comprometer o que manda a Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Em nota de esclarecimento, o Sind-UTE afirma que o movimento é legal e que o Governo vem descumprindo a lei do piso salarial tanto em âmbito federal, quanto municipal. Rebatendo a alegação de falta de recursos, os professores dizem que fizeram estudos nos gastos da Prefeitura e concluíram que há, sim, margem para o pagamento do reajuste.
Após a manifestação, os professores seguiram para o Colégio Manoel Izídio, no Centro, onde realizaram uma assembleia que definiu pela continuidade do movimento.

APOIO

Os grevistas de Ipatinga ganharam na última sexta-feira (10) mais aliados a favor do movimento. Após um encontro com representantes do Sind-UTE, vereadores da cidade declararam solidariedade com a greve e, como forma de apoio, irão fazer um manifesto, a ser encaminhado à Prefeitura, para defender a causa.
Segundo a assessoria de comunicação da Administração de Ipatinga, o governo irá manter sua posição de negociar com os grevistas somente após o retorno das atividades. Fonte: Diário Popular

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