Suspeito de matar soldador espancado é absolvido em Fabriciano

FABRICIANO – O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri de Coronel Fabriciano decidiu por absolver, na tarde desta quinta-feira (7), o réu Rodrigo Carlos da Silva, de 23 anos. Ele respondeu à acusação de participação no assassinato do soldador Thiago Roberto Silva Borges, 18, que perdeu a vida após ter sido covardemente espancado no Bairro Caladão. A sessão foi presidida pela juíza Beatriz Vaillant, enquanto a acusação no julgamento ficou por conta da promotora Alice de Mello Viana. Rodrigo, que estava recolhido no presídio do município, receberia um alvará de soltura ainda nesta quinta e ganharia as ruas. 

Thiago Roberto, que não tinha passagens na polícia, morreu no dia quatro de março de 2008 após ter ficado 16 dias internado no Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga. No dia 17 de fevereiro daquele ano, ele se envolveu em uma briga com outros quatro rapazes na porta de um clube na Avenida Iquê, no Caladão. O soldador foi agredido com chutes, socos e ainda com golpes, na cabeça, aplicados com um pedaço de paralelepípedo. “No hospital, a enfermeira nos mostrou que o rosto dele ficou muito deformado”, chegou a relatar, na época dos fatos, o aposentado Roberto Carlos Borges, 42, pai da vítima. 

Thiago Roberto não teve a oportunidade de conhecer sua filha, que nasceu um dia após ele ter sido espancado. Cerca de duas semanas após ele ter morrido, uma equipe formada por integrantes das polícias Civil e Militar, chefiada pelo então delegado Francisco Pereira Lemos e pelo cabo Martins, prendeu um dos acusados de matá-lo: Douglas Machado Martins, 22, que foi localizado na Rua Três, no Bairro Frederico Ozanan. Na ocasião, ele portava uma pistola semi-automática calibre 380. No dia 21 de janeiro de 2010, Douglas foi submetido a júri popular respondendo ao homicídio do soldador e acabou condenado pelo crime. Ele chegou a ficar recolhido na cadeia de Ponte Nova. 

Menor e réu 
Ainda na época do assassinato, os outros dois suspeitos de matar Thiago Roberto, Rodrigo Carlos – que foi absolvido nesta quinta – e um rapaz que na época tinha 16 anos, se apresentaram na 19ª Delegacia Seccional de Polícia Civil juntamente com seus advogados. 

O menor já havia sido apreendido por outro homicídio, além de haver em seu nome um mandado de prisão temporária de 45 dias. Na ocasião, todos os três acusados negaram qualquer participação no crime. No entanto, o ex-delegado Lemos afirmou que havia diversas provas que comprovavam a participação do trio no assassinato do soldador, que era muito querido em Fabriciano e no Bairro JK, onde residia. Seu assassinato causou uma grande indignação. Amigos e familiares chegaram a promover uma passeata de protesto, que teve início na Praça da Bíblia, no Melo Viana, e foi até o Centro da cidade, em frente à prefeitura. Vestindo camisas com a foto de Thiago Roberto e carregando faixas, os manifestantes estavam sensibilizados com a morte do soldador e cobraram justiça para o caso. 

Fonte: JVA online

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