"Gastar muito não é gastar bem", diz prefeito

Simões: "A maneira correta e responsável de usar o dinheiro público deveria servir de exemplo para os demais governantes deste País"
O prefeito de Coronel Fabriciano Francisco Simões (PT) fez ontem uma avaliação do atendimento na saúde básica do município e manifestou sua discordância em relação a recentes declarações sobre a qualidade dos serviços na cidade. "Na verdade, quem avalia a atenção básica são os dados pactuados entre o governo federal, estadual e municipal, que tem 53 ações a serem praticadas pelos municípios", disse o prefeito. 
Simões enfatizou que levantamento feito pelo Estado comprovou que, das 53 obrigações que o município tem que executar na atenção básica, Fabriciano realizou 80% delas. "Estas ações são consultas médicas, exames de baixa e média complexidade, serviços de enfermagem. Dentre todas as cidades coordenadas pela Gerência Regional de Saúde, Coronel Fabriciano foi uma das melhores avaliadas no cumprimento das tarefas de responsabilidade na promoção da saúde", sublinhou.

INVESTIMENTO E GASTO

O prefeito falou ainda sobre os investimentos em saúde e salientou: "Primeiro, precisamos diferenciar investimento de gasto. Gastar muito, muitas vezes não significa investir bem", sentenciou. 
Simões frisou que Fabriciano tem uma receita pequena. "Para se ter uma ideia, nós somos a segunda cidade em receita per capita na Região Metropolitana do Vale do Aço; em Minas Gerais, entre as cidades acima de 100 mil habitantes, só Ribeirão das Neves tem receita per capita menor que a nossa. E no Brasil, Fabriciano é 40ª cidade de menor receita per capita". 
"Por essa razão - prossegue o prefeito -, se formos analisar pontualmente, Fabriciano sempre vai ter um investimento per capita baixo em todas as ações de governo, como na assistência social, na educação, na política de infraestrutura e na saúde também. O que nos orgulha é que mesmo com o investimento per capita baixo nestas políticas, Fabriciano tem dado o exemplo na educação, com a escola de tempo integral e outras ações, na assistência social, e nas obras de infraestrutura. Cidades que gastam mais nestas ações não têm dado uma resposta tão positiva à sociedade quanto Fabriciano", comparou.

EXEMPLO
Para Simões, a maneira como a cidade tem investido os poucos recursos de que dispõe deveria servir de referência: "A meu ver esta maneira correta e responsável de usar o dinheiro público deveria servir de exemplo para os demais governantes deste País. Fabriciano não investe em algo que não dá retorno para a sociedade, como gastos com assessoria; não permite o enriquecimento de planos de saúde que vendem caro apenas a consulta e querem que os municípios banquem com dinheiro público os exames que eles deveriam fazer. Dessa forma, poderíamos dizer que, melhor que gastar muito é investir de maneira correta", arrematou o prefeito.

GASTO ERRADO
Para ele, nem sempre gastar muito significa ter bons resultados. ?Gastar muito não significa eficiência. Recentemente, estamos vendo o Ministério dos Transportes desmoronar, o do Turismo ir preso algemado e outros ministérios que serão penalizados porque gastaram muito, mas gastaram errado. Na nossa região presenciamos políticos serem cassados sob alegação da justiça de que gastaram excessivamente em saúde.
Ainda no Vale do Aço, estão sendo investigados gastos exorbitantes com software. Isso posto, ficamos com a consciência tranquila de saber que Fabriciano, mesmo sendo o que menos gasta per capita na saúde, tem avaliação alta pela auditoria do governo do Estado no cumprimento da obrigação que lhe compete?. 

HOSPITAL
Chico Simões comentou ainda as recentes declarações negativas sobre a saúde em Fabriciano e foi enfático: "Vejo isso mais na imprensa do que na prática. Eu, como médico, gostaria de fazer mais ainda, mas não ouço uma reclamação tão contundente por parte dos usuários da atenção básica". 
Segundo ele, a exclamação maior, com a qual ele concorda, ressalva, é quanto ao fechamento do Hospital Siderúrgica. "Trata de um hospital particular e que sempre atendeu ao Sistema Único de Saúde. Recentemente, com seu fechamento, alegou-se problemas de ordem financeira por parte de seus proprietários. Por ação nossa, a Justiça determinou que o Hospital terá que ser reaberto até o dia 22 de setembro, responsabilizando Estado e União pelo custeio do funcionamento do Pronto Socorro e do Hospital. A Justiça deixou bem claro que o município não tem obrigação de investir no Hospital.Esta é uma determinação da Justiça, sem nenhum favor de políticos, independentemente dos partidos aos quais pertençam", finalizou.

Fonte: Diário Popular

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