Morte de idosa levanta questionamento em Açucena

08-08-2011 18:56


O velório foi em uma igreja evangélica, na comunidade de Ruinha, zona rural de Açucena. Segundo a família, dona Maria da Conceição Pacheco, de 88 anos, começou a sentir dores no peito e foi levada às pressas para a policlínica do município. Parentes reclamam que no local não havia nenhum profissional disponível para examiná-la. De acordo com Amanda Campos Andrade, sobrinha de dona Maria, quando saiu de casa com a tia, ela estava passando mal e teve que chamar um táxi para fazer o transporte da idosa, porque não foi atendida na prefeitura e chegando na policlínica não havia ninguém para atender a dona Maria, que deveria ter alguém da área da saúde para constatar a morte ou não.

O taxista que levou a idosa também confirma que na policlínica só havia a recepcionista. Pedro Brandão de Amorim, taxista, conta que não tinha nenhuma enfermeira e que só tinha uma pessoa para a comunicação e que o motorista da ambulância chegou cerca de dez, 15 minutos depois. Ressaltou que não havia ninguém para averiguar se a idosa estava viva ou morta.

Conforme mostra o atestado de óbito, dona Maria morreu à caminho da policlínica e a causa seria morte natural. Segundo a lei 6.015, o documento pode ser expedido quando não há profissional qualificado no local para determinar a causa da morte. Nesse caso, basta apenas uma testemunha, que tenha presenciado a morte, para que o documento seja feito pelo cartório e o corpo liberado.

A nossa equipe foi até a policlínica de Açucena. Lá fomos recebidos pela recepcionista, a mesma que estava no momento em que a idosa chegou ao local. Ela explica que não recebeu nenhuma ligação da comunidade de Ruinha solicitando uma ambulância. Disse ainda que não houve negligência por parte do município. Maria Aparecida Soares, recepcionista, falou que chamou o motorista da ambulância para ajudar a transferir a idosa para a ambulância, para ser levada para um hospital, porém o taxista disse que já era tarde e que a senhora estava morta. A recepcionista ainda disse que insistiu que dona Marai fosse levada para o hospital, mas ele insistiu que não precisava mais. 

Segundo a prefeitura, na policlínica está aberta todos os dias e que sempre há um funcionário do município presente, em qualquer horário, para receber a demanda da cidade, e que ele tem autonomia para liberar o uso da ambulância. O lugar possui aparelhos de ultrassonografia, eletrocardiograma, leitos de observação mas não é um pronto atendimento. De acordo com a secretária municipal de saúde, só há autorização para prestar atendimentos de baixa complexidade. Uma equipe de profissionais de saúde fica disponível de segunda a sexta-feira, de sete horas da manhã às dez da noite. Darci de Souza Pereira, secretária municipal de saúde, explica que nos finais de semana, como o atendimento é de atenção básica, as intercorrências que acontecem são encaminhadas para a regional, para atendimento de média a alta complexidade.

De acordo com a secretaria municipal de saúde, no final de semana fica um vigia de plantão, um motorista e uma ambulância. Havendo necessidade de um encaminhamento em casos mais graves, o paciente é encaminhado para a cidade mais próxima. De acordo com a superintendência regional de saúde, a exigência é de que haja, de segunda a sexta-feira atendimento com uma equipe médica, nas unidades de saúde. Já no fim de semana fica a critério do município avaliar a necessidade de ter ou não o atendimento. Ainda segundo o órgão o plantão se faz necessário em casos de cidades maiores. Fonte: In360

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