Pai de garoto que levou arma pra escola no João XXIII em Timóteo é indiciado

IPATINGA – O delegado Gilmaro Alves indiciou, nesta sexta-feira (5), o pai do garoto que foi para uma escola do Bairro João XXIII, em Timóteo, com uma arma de fogo na mochila. Durante o inquérito sobre o caso foram ouvidos alunos, pais, e funcionários da instituição. O que foi colhido nas investigações já foi encaminhado ao Ministério Público (MP), que dará seqüência às medidas legais. 

Conforme Gilmaro, denúncias à delegacia davam conta que – em maio – o rapaz, que tem 13 anos, entrou na escola que estuda, situada no Bairro João XXIII, portando uma arma de fogo do pai. A intenção dele seria defender-se de outros alunos que o ameaçaram. No entanto, a direção da escola ficou sabendo do problema e recolheu a arma, devolvendo-a ao pai do aluno. Erroneamente, o fato não foi informado à polícia, que só tomou conhecido do ocorrido dias depois. 

Em depoimento ao delegado, o garoto revelou que foi armado para a escola depois que conversou com uma amiga pela Internet através de um programa de troca de mensagens instantâneas (MSN). Durante o diálogo, ele passou a receber mensagens de um ex-namorado da garota, que o ameaçou dizendo que iria pegá-lo, ou seja, agredi-lo. Amedrontado com as ameaças, o menino então se apoderou da arma de fogo do pai, colocou-a na mochila e seguiu para a escola. Entretanto, segundo ele, hora nenhuma foi necessário usar a arma, que permaneceu todo o tempo em sua mochila sem munições.

Depoimento da menina 
O rapaz de 13 anos ainda revelou em depoimento que o ex-namorado de sua amiga estava com ciúmes, uma vez que ele havia tirado fotos com a garota, que também prestou depoimento a Gilmaro Alves. Segundo ela, que também tem 13 anos, durante as aulas de educação física na escola deixou os chinelos na sala de aula, mas não os localizou quando retornou. A menina suspeitou que o calçado estivesse na mochila de seu amigo. Ao vasculhar a bolsa, ela encontrou a arma fogo, mas não relatou isso a ninguém. 

Ex-namorado 
O ex-namorado da garota, que tem 14 anos, informou em depoimento ao delegado que possui o usuário e a senha do MSN da ex-namorada. Ele disse que acessou a conta dela e passou a conversar com o menino de 13 anos, ameaçando agredi-lo, mas que sequer chegou a ir à escola onde ele estuda. Durante a conversa, o menor ameaçado disse que levaria a arma do pai para a escola.

Pai
O pai indiciado, que tem 44 anos, contou que a arma ficava escondida em um baú, em meio a materiais velhos em sua casa, e que nunca chegou a usá-la. Segundo ele, assim que soube dos fatos, foi à escola do filho e resgatou a arma com a diretora, entregando-a posteriormente na Delegacia de Polícia Civil.
A arma foi submetida a uma perícia, sendo constatada a sua eficácia em efetuar disparos. Conforme o delegado Gilmaro Alves, o pai do menino “mantinha sobre sua guarda uma arma de fogo de uso permitido em desacordo com determinação legal no interior de sua residência, existindo assim a posse irregular de arma de fogo precedente”. E ainda: “Não obstante, apesar de manter a arma de fogo em sua residência, ainda deixou de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 anos se apoderasse da arma de sua propriedade”. 

Artigos
O policial civil indiciou o homem nos artigos 12 (Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. Pena: detenção de um a três anos, e multa) e 13 (Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18  anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade. Pena: detenção, de um a dois anos, e multa) do Código Penal.

Fonte: JVA online

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