Preso teve apenas 10 minutos junto ao caixão de sua mãe

18-08-2011 19:16


FABRICIANO - O presidiário Jhony Gleidson Silveira, de 27 anos, não teve permissão para sair do presídio de Governador Valadares na manhã de segunda-feira (15), para comparecer ao sepultamento de sua mãe, Osvalda Aparecida Silvério, 46 anos. 
A mulher faleceu em virtude de um quadro tuberculoso. O velório dela estava marcado para acontecer no Cemitério Municipal Senhor do Bonfim, em Coronel Fabriciano, na tarde de segunda. Contudo, em virtude da proibição imposta ao detento, os familiares tomaram uma decisão radical: contrataram um carro funerário e levaram o caixão da mulher para a porta do presídio, por volta do meio-dia de terça.
Conforme informação de parentes, o corpo de Osvalda foi velado por cerca de 10 minutos na porta da unidade prisional em meio a deboches e piadas desagradáveis dos agentes penitenciários. O caixão foi colocado no chão para que o filho pudesse se despedir da mãe. 

AUTORIZAÇÃO
O caso ganhou repercussão depois que os familiares de Jhony decidiram denunciar o desrespeito e a não autorização de saída para o velório. O benefício é garantido pela lei de Execução de Penal. "Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, em caso de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso", descreve a legislação.
Eva Maria Barbosa, irmã de Osvalda, contou que na segunda-feira a certidão de óbito da mãe do presidiário foi enviada por fax para a direção do presídio, e a saída dele foi requerida à unidade prisional.

TRÁFICO
Conforme informações de parentes, Jhony Gleidson cumpre pena por tráfico de drogas. Ele já ficou preso nos presídios de Coronel Fabriciano e Pacas, antes de ser transferido para Governador Valadares. 
"Independente do crime que ele tenha praticado, ele tinha o direito de ver a mãe no caixão. A desculpa do presídio foi que não havia viatura para trazer o Jhony. Mas, na hora em que estávamos na porta da cadeia, havia nada menos que 30 agentes armados com fuzis", desabafou Eva.

NOTA
Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social informou que o corpo de Osvalda ficou cerca de quinze minutos dentro da unidade prisional. A decisão de velar o corpo foi tomada pelo diretor do presídio, mas que esse não é um procedimento comum. A repartição alegou ainda que não houve um pedido oficial para a liberação do detendo para comparecimento ao velório.

Fonte: Diário Popular

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