Vereadores de Ipatinga se recusam a votar reajuste de servidores

Vereadores durante reunião na
tarde de ontem: votação de
reajuste dos servidores foi
suspensa para readequação
do projeto
IPATINGA - Em reunião ordinária realizada ontem (20) na Câmara Municipal, os vereadores de Ipatinga deixaram de votar o projeto de lei enviado pela Prefeitura, que concede um reajuste aos servidores municipais de 6,47%. O motivo da negativa, de acordo com o presidente da Câmara Nardyello Rocha (PMDB), foi a falta de um item presente na pauta de reivindicações dos trabalhadores: a complementação no vale-alimentação dos profissionais.
A proposta foi apresentada aos trabalhadores no dia sete de julho. Na oferta, o Governo propunha o reajuste dividido em três parcelas: 2,47% em agosto, 2% em outubro e 2% em dezembro. Seria dado ainda um aumento no valor do vale-alimentação dos servidores, que variava entre R$ 15 e R$ 25 reais.
Em assembleia no dia 11 deste mês, a proposta foi rejeitada pelos servidores públicos. A categoria pediu que o reajuste fosse dado em uma parcela única. O ticket-alimentação também foi alvo de críticas por parte dos servidores. Na ocasião, eles pediram que fosse acrescido R$ 25 reais a todos os trabalhadores, independente da remuneração recebida.
Mesmo com a negativa do Sintserpi, o projeto foi encaminhado para a Câmara na última terça-feira (19). Segundo a presidente do Sindicato, Helenir de Lima, a categoria ainda não sabe o que irá fazer. Uma assembleia será realizada hoje para definir os próximos passos. Cogita-se até mesmo a possibilidade de pedir que o Legislativo não vote a matéria.
De acordo com a Prefeitura, já foram feitas correções no Projeto enviado à Câmara e ele já foi novamente encaminhado ao Legislativo. A próxima reunião ordinária dos vereadores será na sexta-feira, mas Nardyello afirmou que não sabe se o projeto entrará em pauta, pois deverá ser analisado pela Comissão de Educação da Casa.

PROFESSORES
Também incluídos na proposta de reajuste salarial, os professores de Ipatinga, em greve há 43 dias, disseram que não irão se manifestar quanto à oferta da Prefeitura. De acordo com Leida Tavares, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), o Governo não tem negociado diretamente com os professores e a proposta foi destinada aos servidores de forma geral.
Na última terça-feira (19), a categoria esteve na Câmara Municipal reunida com a Comissão de Educação do Legislativo. O objetivo foi esclarecer sobre as discussões ocorridas até então, principalmente, em relação às planilhas montadas a partir dos estudos com o governo. Como encaminhamento da reunião, ficou proposto realização de audiência pública, cujo requerimento será apresentado e votado em sessão ordinária da Câmara na próxima sexta-feira (22).

PAGAMENTO SUSPENSO
Ontem, a direção do Sindicato se reuniu com o economista da Câmara, Amaury Gonçalves, para tratar da proposta dos trabalhadores em educação e analisar as contas do Governo.
Ainda de acordo com Leida, o pagamento das férias dos professores, que deveria acontecer neste mês, foi suspenso pela Prefeitura. "Esta é uma medida punitiva, ilegal, uma maneira de coibir nossos direitos", afirmou.
A administração de Ipatinga confirma que suspendeu o pagamento de férias dos professores que estão em greve. Segundo nota enviada pelo Governo, a medida foi tomada porque os educadores não completaram o período aquisitivo, impedindo o pagamento.

Fonte: Diário Popular

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