Reitores de sete instituições federais de ensino superior em Minas Gerais, que planejam a chamada “superuniversidade”, entregaram nesta segunda-feira (25) em Belo Horizonte ao ministro da Educação, Fernando Haddad, o documento preliminar com as propostas do Plano de Desenvolvimento Institucional do Consórcio. Inédita no país, a associação de universidades do Sul-Sudeste no Estado propõe a construção de parcerias e a ampliação de conhecimentos e experimentos nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Entusiasmado com a ideia, Haddad garantiu apoio técnico e financeiro do MEC à iniciativa e se comprometeu a incluí-la na Lei de Diretrizes Básicas da Educação (LDB).
O projeto da “super universidade”, que envolve as universidades federais de Alfenas, Itajubá, Juiz de Fora, Lavras, São João del-Rei, Ouro Preto e Viçosa, prevê a oferta de bolsas de R$ 500 para alunos que pretendam prosseguir seus estudos em outras instituições, além da criação de dois novos cursos: Ciência e Tecnologia, com oferta de 700 vagas, e Artes e Design, com 350 vagas anuais. De acordo com o coordenador geral e reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Luiz Cláudio Costa, a criação do consórcio possibilitará a integração acadêmica nas áreas de ensino, principalmente no que se refere a mobilidade estudantil, pesquisa e extensão, maior eficiência na captação e aplicação de recursos. Ele destacou ainda a possibilidade de se firmar parcerias para atuação nas áreas de inovação e novas tecnologias e desenvolvimento social e em outras áreas estratégicas, visando ao desenvolvimento institucional e à capacidade de apresentar propostas para a solução de problemas sociais de Minas Gerais e do país.
O Consórcio, segundo seus idealizadores, representa uma mudança de paradigma, passando do modelo de competição para um ambiente de cooperação entre as universidades nele envolvidas, preservando a autonomia de cada instituição. Segundo Costa, os documentos encaminhados ao MEC “apresentam propostas altamente relevantes e estratégicas nas áreas de ensino, pesquisa e extensão e devem ser debatidos em profundidade pelos conselhos superiores e comunidade das universidades”. O próximo encontro para debater o assunto está previsto para a primeira semana de novembro, em Alfenas, no Sul de Minas.
“Se houver, da parte dos conselhos superiores, uma sinalização, ainda que preliminar, de que o caminho é este, me comprometo a negociar junto à Casa Civil e ao Ministério do Planejamento uma alteração na nossa LDB nacional para dar guarida a essa proposta, para que ela tenha amparo na lei e saia ainda mais fortalecida”, disse o ministro, destacando que “a proposta é tão importante, que mereceria uma sinalização legal de que ela é bem-vinda e potencializará a produção científica no país”. Para Haddad, as condições em Minas são únicas e dificilmente a mesma metodologia poderia ser repetida em outras regiões do país. O ministro pontuou ainda que o consórcio independe de aprovação de lei pelo Congresso Nacional.
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