Polícia prende assassino de irmão em Antônio Dias

José Gerdeon ficou escondido num matagal durante três dias


FABRICIANO - A Polícia Militar localizou na manhã desta terça-feira (12), José Gerdeon da Silva, 18 anos. Ele é acusado de matar o irmão, Alessandro Gomes da Silva, 28 anos, na madrugada do último domingo (10). A arma usada no crime foi um paralelepípedo pesando aproximadamente 30 quilos. 
Desde o dia do homicídio três guarnições da 178ª Cia. de Polícia Militar foram destacadas na tentativa de prender o autor. Novas equipes foram direcionadas para Antônio Dias já na segunda (11), com o mesmo objetivo.
Na manhã de ontem, a Polícia Militar recebeu a informação de que o autor havia retornado à sua residência. Durante os quase três dias em que ficou escondido, José refugiou-se num matagal, conforme contou aos militares.
"Esse é um crime diferentes daqueles que a Polícia Militar tem o costume de atender, quando, normalmente, há envolvimento com drogas. Trata-se de um crime familiar. A vítima tinha muitos problemas dentro de casa e com vizinhos. Foi acumulando até que no sábado o José Gerdeon teve um momento de fúria e acabou cometendo o crime", analisou um militar.

MOTIVO
O crime de fratricídio teria sido motivado pelos vários ataques de Alessandro Gomes aos irmãos e a mãe. No depoimento dado José Gerdeon disse que está tranquilo por ter tirado a vida do irmão. 
Questionado se havia outra forma de resolver os conflitos dentro de casa, José disse que não. "Não tinha outro jeito havia muito tempo que ele fazia isso. Cansamos de dar queixa na Policia. Então o único jeito foi matar ele". Segundo o irmão, Alessandro teria violentado sexualmente a mãe e até mesmo furado o olho dela. "Ele estuprou a minha mãe, tentou bater na minha irmã que estava grávida. Ele estava impossível dentro de casa. Não tínhamos como nos defender e havia até um mandado para que ele não morasse lá em casa. Ele bebia muito e não sabia controlar a cachaça", revelou o jovem. 

CONFISSÃO
"Ele (Alessandro) era muito agressivo em casa, agredia os parentes e alguns vizinhos também. Chegamos a discutir no sábado porque estávamos escutando som, eu, minha mãe e minha irmã. Ele gritou para desligarmos o som e eu não desliguei. Gritou uma segunda vez para desligar de novo, e eu não desliguei e falei com ele que o som não estava incomodando. Realmente não estava porque ele (Alessandro) estava dentro de casa e nós do lado de fora, perto da estrada. Aí, ele saiu para fora. Tinha uma bicicleta de um menino encostada no muro de casa e ele chutou a bicicleta e a jogou no meio da rua. Quando fomos dormir ele disse que ninguém iria dormir dentro de casa. Ele quebrou a porta e colocou o sofá atrás de um pedaço de porta. Aí eu resolvi entrar e arrombar a porta", disse José Gerdeon, narrando os momentos que antecederam ao assassinato. 
"Ele estava deitado no sofá - continuou Gerdeon. Peguei um porrete e comecei a bater nele. Primeiro bati nele com um pedaço de madeira. Quando foi mais tarde voltei lá e peguei o paralelepípedo e bati na cabeça dele, porque se eu deixasse ele viver, ele iria se vingar".

MAUS-TRATOS
Antes de tirar a vida do irmão, José relatou que Alessandro estava com a mãe dentro de casa, e que ele e a irmã foram colocadas para fora da residência pela vítima. A mãe teria presenciado todos os golpes desferidos por José no irmão Alessandro.
O autor foi questionado se estaria tranquilo diante da gravidade do crime que cometeu independente de todo o histórico de violência que ele e a família vinham sofrendo.
"Graças a Deus estou tranquilo, o que ele fez não é coisa de um humano fazer com a mãe e a própria família. Então é imperdoável o que ele fez conosco, vamos tocar a vida", planejou.




fonte: Diário Popular

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