Mulher esmurra companheiro acusado de pedófilia em Ipatinga

Severino João da Costa, que recebeu um soco no olho direito, presta depoimento na delegacia
IPATINGA – Por estupro a uma garota de 12 anos, o encarregado Severino João da Costa, 46, foi preso pela Polícia Militar na manhã desta segunda-feira (9), em Ipatinga. Ele é acusado de abusar sexualmente da própria enteada, que teve que ser encaminhada ao hospital e ainda será submetida a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A mãe da menina, uma dona-de-casa de 30 anos, flagrou a pedofilia e chegou a desferir um soco no olho direito de Severino. Depois de ouvido na Delegacia de Proteção à Mulher e ao Menor, no Bairro Iguaçu, ele foi encaminhado ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp). 

Ainda estarrecida, a mãe da menina, que é moradora da Rua Boston, no Bairro Vila Militar, discorreu sobre o ocorrido. “Era madrugada e estávamos dormindo. Eu acordei e vi que a minha garota estava inquieta na cama. Desconfiei que ele (Severino) estava mexendo com ela, passando a mão nela. Sei lá, fazendo alguma coisa de errado. Aí teve uma hora que a minha filha gritou. Eu levantei e dei um murro nele. Acendi a luz, briguei e falei: ‘Você está mexendo com a minha filha. Não estou te entendendo’. Ele foi e deu uma de sonso, afirmando que não tinha feito aquilo, que eu estava doida e imaginando as coisas”, contou a mulher.
A ratificação de que a vítima havia sido de fato molestada veio após o depoimento dela à mãe. “Eu conversei com a minha filha e ela me confirmou que Severino abusou sexualmente dela. Eu e ele namorávamos há um ano e pouco e não morávamos juntos. Ele trabalha fora e, assim que o serviço terminasse, estávamos pensando em residir na mesma casa. Nunca imaginava que ele seria capaz de fazer uma coisa dessas. Eu confiava em Severino, pois sempre tratou meus filhos muito bem”, comentou a mulher, que ainda reiterou: “Nunca passou pela minha cabeça que ele fosse capaz de fazer isso. Estou chocada até agora.”

No mesmo colchão
O tenente Flávio, da Polícia Militar, chefiou a ocorrência que culminou na prisão de Severino e falou sobre os trabalhos. “A mãe da garota ligou para a Polícia Militar relatando que, durante a madrugada desta segunda-feira, o companheiro dela havia molestado sua filha. Eles colocaram dois colchões no chão, onde estavam deitados o casal e os filhos da mulher. Por volta das 4h, Severino passou a molestar a menina, passando a mão na genitália dela”, descreveu o PM.

Em conversa com os policiais militares, Severino não admitiu a pedofilia. “Ele negou que tenha praticado esse ato. Falou que não aconteceu nada. Só que, na presença da mãe e de testemunhas, a vítima relatou com detalhes o que aconteceu. É normal autores de delitos não assumirem a culpa”, lembrou Flávio.
O tenente ainda fez algumas recomendações para que sejam evitados casos como o ocorrido na manhã desta segunda-feira no Bairro Vila Militar. “A gente orienta as famílias, principalmente as mães que não moram com os pais dos filhos e que têm companheiros, para ter um cuidado e uma atenção mais especial. A maioria dos crimes de pedofilia tem padrastos como protagonistas. As mães têm que ter mais precaução e não deixar o companheiro e a filha dormirem em um lugar comum. É uma situação que, se o indivíduo tiver algum distúrbio, acaba agindo em função da facilidade que tem. Ele se sente tentado. Precaução nunca é demais. É um trauma que a criança vai levar para o resto da vida”, concluiu o oficial.  

Estupro
Desde o dia 7 de agosto de 2009, está em vigor a lei de número 12.015, que mudou a redação de artigos do Código Penal, entre os quais o 213, que classifica o que é estupro. Pela legislação anterior, estupro era a violência sexual praticada contra uma mulher, mas apenas quando havia “conjunção carnal”. As outras formas de sexo forçado (como oral ou anal) e atos libidinosos – independentemente do sexo da vítima – entravam na classificação como atentado violento ao pudor. Agora, essas práticas passaram a ser consideradas estupros. Para configurar crime é necessário que o ato tenha sido praticado “mediante violência ou grave ameaça”. Isso não mudou com a lei. Fonte: JVA online

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