20º Workshop de Informática em Ipatinga debate redes sociais e negócios

Segundo Leonardo, as empresas brasileiras têm aproveitado muito pouco o potencial das redes sociais


IPATINGA - Elas se tornaram uma febre da internet, mas ainda estão longe de serem transformadas em ferramentas das empresas para ampliar os negócios. Por isso, o 20º Workshop de Informática de Ipatinga trará como assunto principal as "Redes Sociais". A promoção é do SERTEP - Serviço Educacional Técnico Profissionalizante de Ipatinga. O evento será realizado neste sábado, às 13h30, no Plenário da Câmara Municipal, no Centro de Ipatinga. Uma palestra será ministrada pelo Coordenador do Curso Engenharia da computação do CEFET-Timóteo, Leonardo Lacerda Alves. O especialista, graduado em Sistemas de Informação pela FATEC/Funcesi, mestre em Informática pela PUCMG e doutorando em Ciência pela UFMG, falará sobre a importância das redes para o setor empresarial e para o marketing político. Leia a entrevista de Leonardo Lacerda na íntegra:

PERGUNTA - As redes sociais são ciberespaços de entretenimento ou podem ser utilizadas como ferramentas de atuação em empresas?
LEONARDO LACERDA - Redes sociais são ferramentas, especialmente. Com isso, elas podem ser usadas para comunicação, entretenimento, pesquisa, educação, trabalho e outras atividades humanas. Porém, as empresas brasileiras têm aproveitado muito pouco o potencial destas ferramentas, diferentemente do que tem ocorrido na América do Norte e na Europa. Atualmente, com a popularização dos microblogs, as empresas têm investido mais em informar seus clientes, monitorar suas opiniões sobre produtos e serviços, e em intervir quando sua imagem pode ser afetada.

PERGUNTA - Como potencializar o uso das redes sociais nas empresas?
LEONARDO - A solução depende de inovações sociais dentro da própria empresa. Um alinhamento de toda a empresa é necessário, das Vendas à Comunicação, da Produção à Assistência Técnica. Primeiramente, a empresa deve reconhecer em uma rede social os diversos atores sociotécnicos (humanos ou não) que interferem em suas atividades ou são afetados por elas; só então a empresa poderá fazer um bom uso das ferramentas de comunicação em rede. Porém, esta tarefa não é tão simples.

PERGUNTA - Os jovens dominam essas ferramentas na atualidade. Como fazer para as demais gerações participarem das redes sociais?
LEONARDO - A vida em sociedade está naturalmente se integrando ao mundo virtual. As futuras gerações serão naturalmente grandes consumidoras de serviços de informação em rede, trocarão objetos digitais com naturalidade superior à nossa, não poderão compreender como conseguimos viver tantos milênios sem tablets, fóruns, microblogs, comércio eletrônico, sistemas de recomendação, etc. Daí, nosso esforço deve ser dirigido a permitir às futuras gerações viverem melhor, diante das dificuldades adicionais que enfrentarão em função da sobrecarga de informação.

PERGUNTA - Como as redes sociais estão sendo utilizadas nas relações comerciais e de serviços?
LEONARDO - No contexto de qualquer empresa, identificar e acompanhar o público-alvo é desejável, porém muito caro. Com a Internet e os sites sociais os próprios usuários ajudam no acompanhamento, criticando, comentando e consumindo informação sobre seus produtos e serviços preferidos. A partir disso, pesquisas de mercado, identificação de padrões de consumo, publicidade e mesmo a venda on-line tornaram-se a principal motivação das inovações tecnológicas nesta área.

PERGUNTA - O marketing político já incorporou as redes sociais? Qual sua avaliação da utilização das redes feita pelos políticos?
LEONARDO - A política, assim como diversas outras áreas, só tem a ganhar com tais tecnologias. A aproximação das pessoas favorece a promoção de projetos, o envolvimento de cidadãos, o acompanhamento de políticos e opiniões da sociedade. Em resumo, ganha-se em transparência e cria-se uma nova cultura de consumir informação política de outras fontes que não sejam as oficiais ou institucionais.

PERGUNTA - Como as redes podem fortalecer a participação dos cidadãos?


LEONARDO - O fortalecimento da participação de cidadãos na vida da própria sociedade se dá pelo consumo mais fácil e democrático de informação, além da possibilidade de o próprio cidadão ser capaz de produzir informação para outros atores da rede. Porém, é também importante pensarmos nos problemas que foram criados e ainda não foram solucionados: qualquer participante da rede é capaz de reconhecer se a informação que recebe é válida ou não? fonte: Diário Popular

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