Suspeita de morte por dengue hemorrágica em Timóteo


Criança foi levada à UPA três vezes, mas só na última acabou transferida para o hospital

TIMÓTEO – A Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, vai divulgar em 30 dias o resultado do exame que pode confirmar se a morte do estudante Gabriel Pires Silva, 10 anos, foi causada por dengue hemorrágica. O óbito pode ser o primeiro provocado pela doença, este ano, no Vale do Aço. A criança faleceu no último sábado, no Hospital e Maternidade Vital Brazil, em Timóteo. A família denuncia que um suposto diagnóstico errado pode ter contribuído para piorar o estado de saúde do menino.

O paciente recebeu socorro, pela primeira vez, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Olaria, em 4 de abril. “Ele estava com muita febre no dia anterior. Como ela não cedia, levei-o ao posto de saúde, mas a médica descartou a dengue”, diz Maria Aparecida Silva, mãe do menino. Segundo ela, na ocasião o filho foi medicado com uma injeção de benzetacil e liberado.

Como Gabriel continuou passando mal, Maria Aparecida retornou à UPA dois dias depois. Outro médico diagnosticou a possibilidade de dengue tipo 2. Novamente o garoto foi medicado e encaminhado para casa. Mas, em menos de 24 horas, piorou, voltou para a UPA e de lá foi transferido para o hospital, onde morreu.

De acordo com a nota emitida pelo hospital, o paciente chegou ao Pronto Atendimento na manhã do dia 7 com febre, prostração e abdômen flácido. Os sintomas indicariam suspeita de dengue e por isso a criança foi internada.


Ainda conforme o ofício, no dia seguinte exames apontaram queda brusca nas plaquetas. A criança teve crises convulsivas e foi encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não resistiu.

Para Marli da Silva, avó de Gabriel, o atendimento prestado na UPA foi precário e a morte do menino pode estar associada a isso. “Todos sabemos quais são os sintomas da dengue. Mas a médica que atendeu o Gabriel na UPA disse que ele estava com pulmão carregado e garganta inflamada”.

O Departamento de Saúde Coletiva da prefeitura investiga se o caso é ou não hemorrágico. “Quanto à reclamação em relação aos atendimentos médicos, a Secretaria Municipal de Saúde pede que a família comunique formalmente a administração para que os possíveis erros possam ser averiguados e, posteriormente, tomadas as devidas providências”, diz nota enviada à imprensa. O sangue do menino foi enviado à Funed.Fonte: Hoje em Dia

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