Irmãos assassinos têm casa incendiada em Ipatinga

O homicídio de Adauto aconteceu
após uma confusão no dia 16
21-09-2011 11:48
IPATINGA – Suspeitos de um assassinato ocorrido na última sexta-feira (16), em Ipatinga, os irmãos Alexandro e Marcelo Vieira Siqueira, de 24 e 28 anos, respectivamente, estão foragidos. Na madrugada desta terça-feira (20), a residência deles, na Rua Boston, no alto do Bairro Vila Militar, foi alvejada por cinco tiros e, ainda, criminosamente incendiada. A ação teria sido em retaliação ao homicídio praticado pelos dois. Ao jornal VALE DO AÇO, a mãe dos dois relatou estar “vivendo um inferno”, uma vez que não dorme mais à noite temendo ser atacada por bandidos. 

Alexandro, também conhecido pelo apelido “Queixeiro”, e Marcelo, são acusados de matar o cunhado, Adauto Martins Vieira Júnior, o “Dautinho”, 19, que morreu após receber facadas, pedradas e tiros na noite do último dia 16. O crime aconteceu também na Rua Boston, na região do Morro Santa Rosa. 

A mãe dos irmãos, a doméstica Regina Vieira Siqueira, 52, confirmou que os filhos foram os autores do crime. “Na sexta-feira, o Alexandro chegou me pedindo uma faca. Aí eu falei assim: ‘Não tem faca aqui’. Como ele está com a cabeça ruim (se recupera do vício do crack) e usando remédios controlados, nós escondemos as facas”, afirmou Regina, tentando contar o porquê de os filhos terem matado seu genro. “Acho que ele (Adauto) veio para assassinar o Alexandro. Aí o Marcelo estava com um revólver e interveio, né? Havia mais dois com o ‘Dautinho’ e eu não sei quem são eles”, afirmou Regina. 

No dia do assassinato testemunhas chegaram a relatar que Adauto agrediu a namorada e irmã de Alexandro e Marcelo, que está grávida de oito meses. No entanto, a doméstica garantiu que isso não ocorreu. “‘Dautinho’ nunca encostou um dedo nela. Ao contrário, ele foi muito bom para minha filha, era uma ótima pessoa e tratava muito bem a gente também. O que aconteceu é que ele chegou para matar o ‘Queixeiro’ e acabou sendo assassinado”, afirmou Regina. 



Incêndio e medo  
Não havia ninguém na casa dos irmãos quando ela foi incendiada. “Minha nora (esposa de Marcelo) está dormindo comigo aqui. Aí deram cinco disparos e eu falei com as meninas: ‘Tão dando tiros e é aqui na nossa casa’. Quando a Polícia Militar chegou foi que nós saímos e vimos que também tinham colocado fogo na residência. Vieram para incendiar a minha casa também, mas aí o cachorro latiu e nós estávamos acordados com a televisão ligada, pois não estamos dormindo à noite com medo”, contou Regina, que complementou: “A intenção deles (dos homens que provocaram o incêndio criminoso) era vingar a morte do Adauto, pois eu moro aqui há 24 anos e nunca havia acontecido uma coisa dessas”. 

A doméstica mandou um recado para os filhos Alexandro e Marcelo: “Os dois têm que se apresentar à polícia e pagar o que devem à justiça para que as outras pessoas que causaram esse incêndio nos deixem em paz. A gente não tem nada a ver com isso, né? Tem muitas crianças aqui em casa e minha mãe está com 105 anos. Eu tenho muitos netos e temo pela vida deles. Inclusive três dos meus netos estão fora, pois o pai veio e pegou, uma vez que ficou com medo também”.  

Na casa que os criminosos atearam fogo normalmente dormem a esposa de Marcelo, uma mulher de 24 anos que também está grávida, e a filha do casal, uma garota de quatro anos. 

Guerra entre famílias 
Regina tem medo que as retaliações à sua família em função do homicídio cometido por Alexandro e Marcelo nunca acabem. “Com certeza há o risco de acontecer uma guerra entre as famílias e essa bagunça nunca parar. Marcelo e Alexandro devem se apresentar à polícia e os outros deixarem nós em paz, pois está tudo muito difícil. A gente não dorme mais. Ninguém da rua viu as pessoas que colocaram fogo na casa do meu filho. E se alguém viu, não vai falar”, concluiu Regina.



A namorada de Adauto, que por medidas de segurança não será identificada, reiterou que a versão de que ela apanhou no dia do homicídio é falsa: “Discutir, nós discutíamos, mas me bater, nunca. Não sei a rixa deles (de Adauto, Marcelo e Alexandro). Eu estava na igreja e quando cheguei já tinha acontecido o fato. Os amigos de Adauto ficaram muito revoltados”. Ela ainda completou: “Eu não queria que acontecesse isso com o pai do meu filho. Agora vou ter que ser pai e mãe”.  

Ainda na madrugada desta terça-feira, a perita Laudiene Viana, da Polícia Civil, vistoriou a casa incendiada e colheu pistas que podem ajudar a chegar aos homens responsáveis pelo incêndio. Um inquérito foi instaurado para apurar o caso.



Fonte: JVA Online

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