Sete secretários se retiram do Governo de Robson Gomes



27-09-2011 19:25
Aconteceu no início da noite dessa segunda-feira (26), um pedido de exoneração em massa feito por secretários que integravam a Administração da Prefeitura de Ipatinga. Ao todo, sete membros do primeiro escalão anunciaram a saída da equipe de governo do prefeito Robson Gomes (PPS). São eles: Aristides Ramos Filho (Fazenda), Carmelita de Freitas Drumond Mendes (Assistência Social), Hélcio Muzzi (Secretaria Executiva), Hugo de Almeida Rosa Filho (Administração),  Maria Cândida de Oliveira Bello Corrêa (Planejamento), Márcia Costa Val (Secretaria Extraordinária de Assuntos Institucionais), Wilson Soares de Sá (Saúde).



Todos os que deixaram os cargos ocupavam as pastas por indicação do Conselho Gestor, grupo de aconselhamento do prefeito Robson Gomes.
Grupo emite documento de repúdio
Na tarde desta segunda-feira (26), pouco antes da saída dos secretários, o Conselho Gestor emitiu um “Comunicado ao Povo de Ipatinga”. O documento apresenta alguns trechos que explicitam os desentendimentos entre o prefeito e os secretários.
Em um dos parágrafos o grupo chama de “malfadada” uma das ações do governo.
“Considerando que em todos os momentos de gravidade administrativa, como a busca inadequada da aplicação dos recursos arrecadados (volumoso IPTU), a malfadada implantação do sistema de transporte integrado, a greve dos professores, O CONSELHO sempre esteve presente manifestando sua preocupação, agindo e sugerindo medidas no sentido de reduzir seus efeitos danosos”, afirma o texto.
O grupo também abordou a crise financeira instalada no município e afirma que ações propostas pelo grupo “que poderiam alcançar a estabilização”, não foram seguidas. “Considerando que existiam graves problemas financeiros que foram enfrentados pelos novos secretários que se propuseram um planejamento real, eficiente e possível de alcançar a estabilização, mas que não foi seguido, gerando assim o agravamento atual da crise”, mostra o texto.
Integrantes do Conselho Gestor
Presidente: José Edélcio Drumond- Empresário
Antônio Pessoa Magalhães, representante do Comércio
Eduardo Figueiredo, da 72ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil
Gustavo de Souza, presidente da Aciapi
Júlio Maria Gomes, da classe médica.
Luciano José Araújo, presidente da Fiemg Vale do AçoMárcio Caldeira, presidente da CDL
Padre Francisco Guerra, representando a Igreja católica
Pastor Ismael Gonçalves da Silva, representante da Igreja Assembleia de Deus,

Integra do documento:
COMUNICADO AO POVO DE IPATINGA
Considerando que o grupo de Voluntários que constituíram o CONSELHO CONSULTIVO buscava a harmonia legal dos poderes, o desenvolvimento sustentável, tornando assim a cidade competitiva e irmanada no projeto Brasil transparente;
Considerando que sua MISSÃO é fundamentada na ética, na transparência e na independência política partidária assegurando o fortalecimento das ações administrativas;
Considerando que é importante sugerir orientações e medidas de planejamento para as políticas públicas do Município;
Considerando que existe uma grande necessidade de articulação das relações de governo com a sociedade;
Considerando que é necessária a construção de uma inovadora e responsável política de administração pública no Município;
Considerando que a transparência a ética e a moral devem presidir todos os atos da vida humana;
Considerando que em momento algum o Conselho pretendeu salvar ou prestigiar mandatos, nem ocupar a "cadeira do Prefeito" e sim visava eximir o Município de embates políticos que sempre travam o desenvolvimento da cidade;
Considerando que em todos os momentos de gravidade administrativa, como a busca inadequada da aplicação dos recursos arrecadados (volumoso IPTU), a malfadada implantação do sistema de transporte integrado, a greve dos professores. O CONSELHO sempre esteve presente manifestando sua preocupação, agindo e sugerindo medidas no sentido de reduzir seus efeitos danosos;
Considerando que os Secretários indicados foram escolhidos entre pessoas de elevado conhecimento e principalmente de idoneidade moral e caráter ilibado;
Considerando que se instalou no poder um grupo de pessoas sérias e que lutaram pela implantação de uma política de ética na administração Pública;
Considerando que existiam graves problemas financeiros que foram enfrentados pelos novos secretários que se propuseram um planejamento real, eficiente e possível de alcançar a estabilização, mas que não foi seguido, gerando assim o agravamento atual da crise.
Considerando que algumas ações praticadas não foram do conhecimento prévio de nenhum destes secretários que só tomaram conhecimento do fato já consumado;
Considerando que as ações do Conselho não limitavam somente às trocas de secretários efetuadas, cujas reformas seriam mais abrangentes e porque não dizer mais voltado para o bem comum;
Não obstante tudo isto, bem como a explícita aprovação do Conselho pela sociedade, o Senhor Prefeito não valorizou a melhoria da qualidade na gestão implantada pelos secretários indicados pelo Conselho. Portanto, ficou claro que o prefeito não considera necessário o Conselho; não se julga livre com as ações do Conselho e não se sente livre politicamente com a presença do Conselho.
Em face da não aceitação, como fora garantida pelo prefeito, das urgentes mudanças de comportamento em vista de uma governabilidade com postura ética em todos os sentidos, e, considerando que a missão do Conselho nunca foi salvar ou prestigiar mandatos de qualquer ordem, mas sim resguardar o município de qualquer improbidade administrativa, o Conselho se exime de dar orientações para o referido governo municipal, mas não se dissolverá, buscando novas linhas de atuação para o bem do povo deste município, pois essa constituiu sua missão única desde o princípio.
Ipatinga, 26 de setembro de 2011.
O CONSELHO CONSULTIVO

Fonte: Plox

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