15-12-2011 20-06
A mãe do menino, a açougueira Simoni – que está grávida de três meses e tem uma filha de 17 anos –, estava indignada e reclamou do trabalho do Corpo de Bombeiros |
A Polícia Militar apurou que Robert pescava com dois amigos. O estudante se afastou dos colegas para retirar sua vara de pescar com anzol que estava agarrada a galhadas, mas se desequilibrou e caiu no rio. Os dois amigos disseram à PM que nada puderam fazer para salvar a vida do garoto, pois estavam distantes do local onde ele se afogou e que viram Robert já praticamente submerso, apenas debatendo os braços.
O afogamento teria acontecido por volta das 14h30. A mãe do estudante, a açougueira Simoni Araújo do Santos, foi ao local dos fatos e estava indignada. “Além de muito triste e chocada pela morte do meu filho, eu estou revoltada também, pois o Corpo de Bombeiros falou que não era obrigado a entrar lá. Um bombeiro que comandava os outros disse que não faria isso. Mas eu ‘joguei na cara’ dele: ‘Se fosse seu filho, você entraria’. Ele ficou calado na hora. Lógico que entraria se fosse o filho dele”, comentou a mulher.
Segundo Simoni, os militares do Corpo de Bombeiros chegaram ao local onde Robert se afogou mais de duas horas após o ocorrido. “Eles disseram que não podiam entrar na água porque meu filho já havia morrido e que não havia nada mais a fazer, a não ser esperar o corpo boiar. Tiveram pouco caso comigo e eu acho uma coisa muito injusta de se fazer com uma mãe. Eu pedi pelo amor de Deus que eles entrassem no rio, mas não adiantou”, reclamou a açougueira.
Buscas
Ainda de acordo com Simoni, duas pessoas tentaram resgatar o corpo de Robert das águas. “Meu genro entrou com o colega dele no rio, mas até agora nada. Não temos notícia nenhuma”, afirmou a mãe do estudante, que continuou: “Meu filho estava com dois colegas, um de 17 anos e outro de 15 na hora que se afogou. Os três estavam pescando quando Robert foi pegar a vara de pescar dele, que agarrou. Ao puxá-la, ele se desequilibrou e caiu na água. A correnteza estava forte e ele não tinha um bom preparo físico. Também não sabia nadar e foi parar no fundo do rio”, contou Simoni, que está grávida de três meses e é mãe de uma adolescente de 17 anos. A açougueira fez mais desabafos: “Eu queria que alguém ficasse comovido com o meu depoimento e fizesse alguma coisa pelo meu filho, que o tirassem daquela água.
Me senti humilhada e um dos bombeiros desfez da minha pessoa. Ele tem a profissão dele e eu tenho a minha. Se eu trabalhasse na mesma função que ele, salvaria a vida das pessoas. Daria a minha vida para salvar a do outro”.
Também segundo Simoni, dois homens de 21 e 22 anos procuraram pelo corpo de Robert, mas não conseguiram achá-lo. A família do estudante é da Rua dos Empresários, também no Bairro Santa Terezinha.
Corpo de bombeiros
O sargento Ralf, do Corpo de Bombeiros de Coronel Fabriciano, explicou ao jornal VALE DO AÇO, na tarde desta quarta-feira (14), que a equipe que atendeu o afogamento no Bairro Santa Terezinha na terça já havia cumprido o turno de trabalho e estava de folga, e que uma posição sobre o suposto mau atendimento por parte dos militares só poderia ser dada pelo sargento Alex, que comandou os trabalhos no local. “Eu conversei com a Simoni. Expliquei a ela que nós só podemos fazer buscas na superfície do rio, uma vez que o local onde o garoto se afogou é muito poluído, tem correnteza forte e nós não podemos mergulhar lá por questões de segurança. Testemunhas que viram Robert se afogando disseram que ele foi levado por essa correnteza, ou seja, seria em vão mergulhar no local”, discorreu o sargento.
Ralf afirmou, ainda, que outra equipe do Corpo de Bombeiros continuou nas buscas pelo menino durante toda esta quarta-feira. “Encontrá-lo é tão importante para nós quanto para a família, uma vez que é um serviço longo e desgastante e tentamos fazê-lo com maior agilidade possível”, assegurou o sargento, que ainda complementou: “Uma coisa é chegar ao rio instantes após o afogamento acontecer. Quando isso ocorre, nós mergulhamos e salvamos a vida da pessoa. Mas quando já se passou muito que ela se afogou, não são necessários mergulhos”.
Fonte: JVA Online
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