TORCIDA INDIGNADA - Petição mobiliza atleticanos por investigação do Ministério Público sobre clássico


Documento pede investigação do MPF sobre suposta combinação de resultado do clássico de domingo, vencido pelo Cruzeiro por 6 a 1
REPRODUÇÃO/PETICOESONLINE

08-12-2011 09:53
Uma petição divulgada na internet na tarde desta quarta-feira pede a investigação do Ministério Público sobre uma suposta combinação de resultados no clássico entre Cruzeiro e Atlético, vencido pela Raposa por 6 a 1, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Os autores, dois professores universitários, pedem 5 mil assinaturas no documento para levá-lo ao Ministério Público Federal. No ar desde às 14hs, mais de 2,6 mil pessoas já haviam aderido ao documento em três horas.
Os autores da petição, o jornalista e pesquisador em administração pública Fabiano Angélico e o professor de literatura Idelber Avelar, descrevem depoimentos anteriores à partida que comprovariam a combinação de resultados. “Houve uma reunião entre Kalil, Perrela e Ricardo Guimarães antes do jogo. Há como comprovar isso. Além disso, há o relato de uma conversa entre Kalil, Cuca e os jogadores do Galo no sábado (para combinar a derrota). Também há relatos anteriores ao jogo sugerindo indícios de irregularidade e combinação antecipada”, afirma Fabiano Angélico. Os relatos foram postados pelos autores em uma rede social.

Consequências legais
O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais e secretário geral da OAB-MG Sérgio Murilo Diniz Braga solicitou à reportagem o texto da petição para analisar o caso e explicou as medidas cabíveis. “Em uma rápida leitura, extrai-se claramente que o debate se limita à paixão pelo futebol, não se prestando como sustentação para qualquer procedimento investigatório”, destaca. “O que o texto chama de “indícios de compra de resultado” não passa de uma interpretação subjetiva e apaixonada, somada a supostos relatos de pessoas sequer identificadas, o que retira qualquer credibilidade”, afirma.
Sérgio Murilo Diniz Braga detalha as medidas cabíveis em caso de comprovação da fraude. “Se houver efetiva comprovação, os reflexos e as penas impostas seriam no campo criminal e desportivo. No campo criminal, pena de reclusão de dois a seis anos. No campo desportivo, tais infrações podem levar a pena de suspensão de dois a quatro anos, até a pena de eliminação”, explica.

Palavra dos clubes
O diretor de comunicação do Cruzeiro Guilherme Mendes afirma que “quem denuncia precisa apresentar provas concretas, não apenas relatos de terceiros. O Ministério Público investiga as provas, basta apresentar. É uma grande bobagem. Da mesma forma, antes do jogo recebi diversos relatos de uma reunião que teria acontecido na sede do Atlético entre Alexandre Kalil e Ricardo Guimarães, de que eles estavam mobilizados com o time para ganhar da gente, que uma funcionária ouviu e teria divulgado. São relatos que as pessoas compartilham nas redes sociais”, explicou.
Na última terça, Alexandre Kalil taxou a suspeita de manipulação do resultado como 'idiotice'. “Não tem dinheiro que pague a vitória sobre o Cruzeiro. A noite que passei, nada no mundo recupera. Então, eu combinei mal para burro. Sou péssimo combinador. Vocês vão lá e dão de seis na gente. Eu podia combinar 1 a 0. Não vamos falar de idiotice.” O presidente também não acredita em acerto entre jogadores. “Eu não acredito em gente tão ordinária assim”, definiu o mandatário.
O Ministério Público, por meio da assessoria de comunicação, só se pronunciará sobre o caso após receber o pedido de forma oficial.

Fonte: O Tempo

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