BOATO - Suspeita de falso padre em Monlevade causa alvoroço

Verdade ou mentira? Padre José Filipe Bastos disse que tem fotografias que podem provar que ele é religioso de formação
A notícia de que um falso padre estaria exercendo a função de forma irregular na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e na Matriz São José Operário, em João Monlevade, deixou os fiéis da cidade da região Central em polvorosa. A confusão começou anteontem, quando o padre Carlos Jorge Teixeira anunciou durante a missa das 18h que o padre José Filipe Bastos deixaria a comunidade. Inconformados com a decisão, os moradores questionaram a saída de Bastos. Foi quando o boato de que ele não seria padre de verdade surgiu como explicação para a exoneração. Bastos está na cidade há três meses. 


A Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano, responsável pelas paróquias de João Monlevade, não confirmou a motivação da saída de José Filipe Bastos. No documentado de exoneração, emitido pelo bispo dom Odilon Guimarães, responsável pela diocese, não teria a justificativa da decisão. 



Segundo moradores próximos ao padre Bastos, a exoneração teria sido motivada por uma denúncia de párocos da região que afirmam que o colega de batina não possui ordenação da Igreja Católica, documento exigido para o exercício da função. 



Em entrevista ao jornal local "A Notícia", o padre Bastos disse que há documentos que comprovam a sua legitimidade como religioso. "As fotos da minha ordenação estão disponíveis para quem quiser ver. Vou voltar para Belo Horizonte". 



Procurados pela reportagem de O TEMPO, padre Carlos Jorge Teixeira e outros religiosos da região não quiseram comentar a denúncia de que padre Bastos não seria religioso de formação. 
Nenhum deles confirmou ou desmentiu a informação. Dom Odilon também não quis se pronunciar sobre o caso.



O padre José Filipe Bastos foi empossado na paróquia de João Monlevade há três meses. Segundo os moradores, desde então, a igreja matriz que estava aparentemente abandonada pelos católicos começou a ter em suas celebrações mais de 2.000 fiéis. 



Se comprovado que o padre atuava de forma irregular, os casamentos, batizados e demais sacramentos realizados por ele serão anulados pela Igreja Católica, pois não teriam validade.



POLITICAGEM
Prestígio do pároco estaria gerando inveja entre colegas
Um padre aliado do religioso José Filipe Bastos acredita que a dúvida sobre a legitimidade do pároco teria uma justificativa política. Ele alega que os religiosos da região estariam enciumados com o sucesso de padre Bastos entre os fiéis.


"Muitos moradores estão deixando de participar das missas tradicionais em seus bairros para ir à igreja Nossa Senhora de Fátima e à matriz São José Operário, em que ele ministra as cerimônias", disse a fonte, que pediu para não ter o nome revelado.


Outra suposta conquista que estaria incomodando os párocos da região seria o fato de que padre Bastos, em pouco tempo, teria arrebanhado a população jovem da Igreja na cidade.
"Além disso, ele conseguiu recursos e muitas doações para a reforma da matriz que estava abandonada", disse.


Polêmica. O assunto tomou proporções ainda maiores depois que uma rádio local e alguns blogs veicularam a notícia do "falso padre".


Uma fonte ligada à cúpula da Igreja local confirmou que ontem houve uma reunião a portas fechadas com os párocos locais. Na ocasião, um padre da diocese teria confirmado que padre Bastos não tem ordenação da Igreja Católica.


A cabeleireira Maria Geralda de Melo Cruz confirmou o prestígio do padre. Para ela, a notícia da falsidade é fruto de inveja de outras pessoas ligadas à Igreja. "Ele consegue nos deixar bem próximos de Deus", disse ela sobre padre Bastos. (GS/TT)
Fonte: O Tempo

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