A tarifa cobrada no Transporte Coletivo no Vale do Aço é a quarta mais cara de Minas Gerais

As tarifas de transporte coletivo de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo, de R$ 2,40, são a quarta mais caras do Estado e também estão entre as mais caras do país, na comparação com as 27 capitais brasileiras. Além das principais cidades do Vale do Aço, Contagem, Belo Horizonte, Betim e Uberlândia apresentam tarifas entre R$ 2,40 e R$ 2,55, valores superiores aos de cidades como Florianópolis, Curitiba e Brasília. O município de Contagem possui a tarifa mais cara de Minas, com a cobrança de R$ 2,55.

O reajuste de R$ 0,20 na passagem de Ipatinga, realizado em 22 de dezembro de 2010 pela Saritur, proprietária da Autotrans (empresa que tem a concessão nos três municípios do Vale do Aço), revoltou ainda mais os passageiros. “Eu acho errado esse preço. Eu venho do Bom Jardim para o Centro, uma distância muito curta, e não acho justo pagar todo esse dinheiro”, reclamou a aposentada Benigna Fernandes, 57. “Desse jeito vai ser preciso andar de bicicleta em Ipatinga”, protestou a passageira, que acha injusto o valor cobrado, de R$ 2,40.

Quem também não concorda com o valor das passagens é a dona de casa Helena Marim, 50. “A passagem deveria ser mais barata. Alguns trajetos em Ipatinga são muito curtos, e muitas vezes não compensa pagar esse preço. Muitos bairros são tão próximos que desembolsar R$ 2,40 é um absurdo”, declarou Helena, que apesar de viver no Bairro Cidade Nova, pertencente a Santana do Paraíso, acha injusto a cobrança realizada no município vizinho. “O passe do meu ônibus (da empresa Univale) é R$ 2,10. É muito mais barato andar de uma cidade para outra do que circular em Ipatinga”, observou a dona de casa, lembrando que a passagem de ônibus da linha Industrial-Ipatinga (também da empresa Univale) é de apenas R$ 2,00.



Ao contrário da maioria dos passageiros, o cabeleireiro Francisco Lopes, 60, acha correto o valor cobrado pela Autotrans. “O preço varia de acordo com as condições dos carros. Os ônibus de Ipatinga são ótimos, já usei o transporte público de muitas cidades em São Paulo, Rondônia e Rio de Janeiro, e poucas têm um transporte público de qualidade como aqui”, afirmou o morador do Bairro Caravelas, que usa o ônibus diariamente para ir ao trabalho, no centro da cidade. “A qualidade dos ônibus de Itabira é horrível. É preciso entender que não tem como manter o serviço com uma tarifa menor. Aqui as pessoas também percorrem grandes distâncias, de um bairro que fica no fim da cidade até o hospital ou até o Horto, com ônibus em bom estado de conservação”, declarou.

Variação de preços
O superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Marcos Pimentel Bicalho, disse que o valor da tarifa varia de cidade para cidade, pois diversos fatores influenciam o preço final da passagem. “São particularidades de cada região. Custo, manutenção e idade da frota, salários dos funcionários, custo de vida, impostos, entre outros. Entretanto, muitos municípios sequer sabem quanto custa o transporte público e só reajustam a tarifa quando os vizinhos aumentam”, enfatizou. 

Bicalho também ressaltou que a ANTP desenvolveu um projeto de lei para reduzir a carga tributária que incide no transporte urbano. “A proposta está para ser votada no Senado. É necessário que exista um esforço mútuo de todas as esferas do poder público. Não adianta a União reduzir o imposto sobre o diesel, por exemplo, se o município aumentar outra taxa”, afirmou o superintendente.

Autotrans justifica alto valor
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Autotrans informou que o preço cobrado no Vale do Aço se deve ao alto custo de vida na região (Com informações do site do jornal Hoje em Dia).

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