Ferrovias abrirão 12 mil vagas para emprego até 2013

As concessionárias de ferrovias brasileiras vão prevêem criar 11.892 novos empregos até 2013. Para este ano, a expectativa é abrir 4.405 postos de trabalho, um crescimento de 143% relação ao número de vagas geradas em 2010 pelo setor (1.807).

O aquecimento da economia aumentou a demanda por transporte de produtos siderúrgicos, petroquímicos, materiais da construção civil e de commodities agrícolas via modal ferroviário, o que tem levado as concessionárias a investir na ampliação do quadro de pessoal, afirma o diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) , Rodrigo Vilaça.

Em 2010, as operadoras logísticas com base ferroviária eram responsáveis pela geração de 38.595 empregos diretos e indiretos no país. Este ano, esse número deve saltar para 43 mil. De acordo com o coordenador do Comitê de Gente da ANTF, Tarcísio Jacó Horn, que também é gerente de Recursos Humanos da Transnordestina, a escassez de mão de obra especializada é um dos principais problemas enfrentados pelo setor.

Na área operacional faltam maquinistas, manobradores, além de mecânicos e eletricistas de locomotivas e vagões. O maior gargalo, porém, é o reduzido número de engenheiros com especialização no setor ferroviário.

A inexistência de cursos técnicos e de graduação para a formação desses profissionais é apontada por Horn como o maior entrave para o aumento das contratações pelo setor. O ônus para qualificar esses trabalhadores fica por conta das concessionárias. "É um investimento muito alto e que demanda tempo", diz.

Segundo Horn, para contratação de mão de obra na área operacional, em geral, as empresas fazem um processo de seleção e contratam o Senai para ministrar os cursos. O tempo médio para capacitar um maquinista gira em torno de um ano e meio.

A fim de reduzir custos, a ANTF firmou um convênio com o Senai para criação de cursos técnicos. As aulas estarão disponíveis a partir de agosto nas unidades do Senai. Para a qualificação de engenheiros, as concessionárias contratam instituições particulares para ministrar os cursos, que têm status de pós-graduação e duram dois anos. O gasto médio por funcionário chega a R$ 50 mil.

A gerente-Geral de Recursos Humanos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), Rute Galhardo, afirma que a empresa assumiu a formação dos empregados. "Muitos dos técnicos em mecânica aprendem aqui. Também temos, junto com a Vale, um programa de pós-graduação em engenharia ferroviária", diz.

Entre 1997 e 2010, o número de empregos gerados pelas ferrovias aumentou 131,6%. Hoje, o modal ferroviário transporta 25% de todas as cargas movimentadas no país. Para Horn, as contratações no setor devem continuar em alta nos próximos anos.

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