Autores de homicídio Bárbaro em Marliéria são presos em Cava Grande

14-09-2011 19:33
MARLIÉRIA - Após quase 48 horas de intensas buscas, a Polícia Militar conseguiu prender na manhã de ontem o ajudante Vander Madalena, de 24 anos. Ele figurava como principal suspeito do assassinato de Luiz Carlos Machado Estevão, de 27 anos, cujo corpo foi descoberto por populares na manhã do último domingo, incendiado e com a cabeça enfiada num lamaçal.
O rapaz foi localizado pelos policiais dentro de uma carroça que trafegava pela MG-760, ligando o distrito de Cava Grande a Dionísio. Após o crime, ele se refugiou em um matagal por dois dias.
Logo que foi preso, Vander confessou a autoria do crime e contou que outra pessoa participou da barbárie. O carvoeiro Rodrigo Fortunato Oliveira, de 28 anos, também participou da execução, segundo relatos do primeiro preso.

DÍVIDA
A motivação do crime apresentada pelo autor foi que Luiz Carlos lhe devia R$ 1 mil. Já o de Rodrigo seria o roubo de um aparelho de DVD e uma agressão feita pela vítima ao rapaz. Mas essa informação não foi confirmada pelo carvoeiro.
Vander contou à reportagem que encontrou Luiz Carlos na feira livre que acontece todas as sextas-feiras na praça central do distrito de Cava Grande. Ele, juntamente com Rodrigo, convidou a vítima para beber em um bar. Além das bebidas, os autores ofereceram droga para o rapaz, que era usuário. "Encontrei com o Rodrigo e falei com ele: vamos carregar o Luiz Carlos hoje, e ele topou. Compramos três pedras de crack, cada uma por R$ 10 e chamamos ele para beber", contou.
Para não levantar suspeitas de que iriam dar cabo à vida de Luiz Carlos, o autor revelou que se fez de amigo da vítima, ficou com ele no bar na noite de sexta-feira de 20h até às 22h. Foi então que Vander mostrou as três pedras de crack ao rapaz para atraí-lo para o matagal. "Furamos uma lata para o Luiz Carlos fumar a droga, foi então que peguei um pedaço de pau e comecei a bater na cabeça dele, depois foi a vez do Rodrigo. Fizemos isso no matagal. Como não sabíamos se ele tinha morrido, resolvi arrastá-lo até as margens do córrego e afundar a cabeça dele na lama para ele terminar de morrer afogado", revelou Vander.

TÊNIS 
Questionado sobre quem teria colocado fogo no corpo da vítima, Vander disse que foi Rodrigo. Ele alegou que levou o corpo de Luiz Carlos para a beira da água e que depois saiu do local do crime. Mas antes "dispensou" o outro pé do tênis com o qual estava calçado, pois o outro par ficou atolado na lama.
Segundo o sargento Carlos Caim foi por causa do tênis que a Polícia Militar chegou até Vander. O militar reconheceu o calçado, pois viu o autor com ele no dia anterior em um bar. "Desde domingo nossos policiais se revezaram no povoado de Mundo Novo, onde o Vander se escondeu. Ele foi criado na comunidade, por isso conhecia bem o local e os lugares onde poderia se esconder. Alguém passou de carro pela estrada de chão e viu que ele estava escondido na carroça e nos avisou. Ele nos contou que estava voltando para casa, pois estava com fome", informou o militar.

PASSADO
Vander tem passagem por agressão. Segundo a PM, ele inclusive ficou preso por três meses na cadeia de Coronel Fabricano, de onde saiu recentemente. Já Ronaldo reside em Cava Grande há quatro meses. Os policiais apuraram que o carvoeiro pode ter participação em um homicídio registrado no município de Periquito, mas nada ainda foi confirmado.
Rodrigo negou qualquer participação no crime, mas não soube dizer à reportagem onde estava na noite do assassinato de Luiz Carlos. Ao ser interpelado se possuía um álibi para o dia do crime, o carvoeiro também disse não ter.
"Sempre que acontece alguma ocorrência policial em Cava Grande o Rodrigo aparecia no posto policial de curioso. No dia em que descobrimos o crime ele não apareceu, isso também levantou suspeita da participação dele no crime", justificou o sargento.
Vander e Rodrigo foram apresentados na delegacia de Timóteo no início da tarde de terça-feira ao delegado Vitor Matsuoka, que ratificou a prisão em flagrante. Os presos foram levados para a cadeia de Coronel Fabriciano.

Fonte: Diário Popular

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