RESSACA PARA O CONSUMIDOR Impostos federais podem subir para cerveja e refrigerante

São Paulo. Cervejas e refrigerantes poderão ficar mais caros neste ano. O governo federal planeja aumentar em 8% a carga tributária (IPI e PIS/Cofins) da cerveja. Hoje, os dois impostos representam 38,9% do total. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), contando todos os impostos, 54,8% do preço da cerveja é formado por tributos. 

Para as demais categorias de bebidas frias, que incluem, além de refrigerantes, isotônicos, refrescos e água mineral, o aumento também seria inferior a 10%. No ano passado, o governo chegou a falar em alta de 20%, mas acabou cedendo ao argumento de Ambev, Coca-Cola e outros grandes fabricantes, que prometeram investimentos recordes em aumento de produção. 

O aumento de tributo acabou não acontecendo mas, desta vez, com a necessidade de ampliar a arrecadação para cobrir os gastos públicos, o governo parece estar decidido a reajustar os impostos do setor. 

Em reunião com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, na semana passada, as empresas entregaram um documento no qual anunciam investimentos de R$ 7,7 bilhões para 2011, desde que não haja aumento de impostos.

Na reunião, as empresas argumentaram ainda que o crescimento de vendas previsto para este ano, sem aumento de preços, deverá gerar R$ 1 bilhão a mais de tributos para o governo. As empresas também exibiram números que mostram que o investimento efetivamente realizado em 2010 superou o prometido. A promessa era de investir R$ 5,4 bilhões, mas o investimento realizado foi de R$ 6,6 bilhões.

O último reajuste de tributos para a cerveja foi em 2009, de 10% a 15%. No entanto, devido ao ambiente de retração econômica, o aumento não foi repassado para o consumidor. Naquele ano, enquanto a economia praticamente não cresceu, o setor cresceu 7%. Agora, as empresas argumentam que não terão como absorver o impacto do aumento sem repassar o custo para o consumidor. 

"A carga tributária das bebidas alcoólicas é mais alta porque o produto é considerado supérfluo e nocivo para a saúde" disse o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, no início da semana, quando apresentou o estudo sobre a carga tributária sobre os produtos mais consumidos no Carnaval. Além dos impostos federais, o ICMS, que é estadual, também pesa no preço.

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