MORTE DE CASAL: Preso autor de homicídio bárbaro em Fabriciano - "simplesmente para roubar dois aparelhos celulares e um par de tênis"


Cleverson ao lado do inspetor da Polícia Civil Elton Pereira: criminoso confessou o crime e expôs os detalhes da barbárie
04-09-2011 10:42
FABRICIANO – O responsável por um dos crimes mais bárbaros já ocorridos no Vale do Aço foi preso na noite desta sexta-feira (2), em Coronel Fabriciano. Cleverson Elias Nascimento, de 26 anos, que assassinou o metalúrgico José Carlos de Oliveira Fróes, de 48 anos, e a promotora de vendas Márcia Barbosa Lima, 40, foi capturado pela Polícia Civil no Bairro Caladinho de Cima. O casal foi morto no lugar conhecido como “Trilha da Biquinha”, no Bairro Belvedere. Ao jornal VALE DO AÇO, Cleverson descreveu detalhes acerca da execução dos homicídios. Conforme a PC, José Carlos e Márcia foram mortos em um latrocínio: o criminoso matou os dois simplesmente para roubar dois aparelhos celulares e um par de tênis. 

O assassino, que agora está recolhido no presídio de Fabriciano, residia na Rua A, no Bairro Santo Inês. Na noite desta sexta, ele foi preso perto do posto de combustíveis Cristal, na Avenida Tancredo Neves (BR-381). “Eu fui para lá (para o local onde o casal foi executado) usar drogas e encontrei com os dois saindo da trilha. Eu ‘segui eles’ até fazer o que eu fiz. Eu estava fora de mim, drogado. Usei Tiner (solvente de tintas) e maconha”, relatou Cleverson. Segundo ele, surpreendeu José Carlos e Márcia quando eles estavam nus e deitados. “Eu ia me entregar. Quando cheguei lá da ‘Trilha da Biquinha’ eu comentei com meu pai o assunto e ele mandou eu me entregar. Só que eu não quis, pois fiquei com medo. Não cometi outros crimes em Fabriciano. Fiz uso de drogas, vi os dois saindo da trilha e os segui. Aí anunciei o assalto, ele (José Carlos) reagiu e eu executei. Matei primeiro o homem”, afirmou o criminoso. 

Usando insistentemente o nome de Deus para falar que está arrependido da barbárie que cometeu, Cleverson também dizia repetidamente que “estava fora de si”. “Eu não queria fazer aquilo. Estava sob efeito de drogas e não conhecia aquelas pessoas. Agora entreguei tudo na mão de Deus e Ele sabe o que faz”, disse o assassino, que emendou: “Eles (o casal) não estavam com medo de morrer. Se preocupavam mais em saber que horas que eu iria liberá-los, pois tinham medo de alguém saber que eles estavam ali”.A todo o tempo, o autor do crime também insistia que estava arrependido. “Eu queria pedir desculpas por tudo que eu fiz aos familiares desse casal. Eu estou muito arrependido e vou pagar pelo que fiz. Eu sou católico e escuto muito a palavra de Deus. Se eu estivesse ‘normal’ eu não fazia uma coisa dessas. De uns dias para cá eu fiquei muito perturbado e fiz essa besteira, mas estou arrependido, pois sou uma pessoa de bem”, alegou Cleverson que, durante a entrevista, parecia estar delirando: “Eu queria voar, mas não sei para onde. Eu queria ser liberto. Deus estava mandando eu me libertar: ‘vá à igreja’. Seu pudesse voltar no tempo eu não cometia, de maneira nenhuma, essa atrocidade com essas pessoas”.

Cleverson alegou que teve a ajuda de um comparsa na execução dos assassinatos, mas a Polícia Civil ainda apura a veracidade da informação. “Ele só foi comigo. Eu o conheci rápido. Ele presenciou tudo e não fez nada para evitar”, disse assassino, que proferia frases desconexas. 



Investigações  
O inspetor Elton Pereira foi um dos policiais civis que chefiou as investigações que culminaram na prisão do responsável pelo latrocínio. “Estávamos trabalhando dia e noite neste caso e até a nossa família, às vezes, a gente deixava de lado. Eu não sei quantos dias tem que eu não dou um abraço na minha filha. Nós sabíamos quem era um dos responsáveis por matar esse casal e onde ele morava. Estávamos aguardando o momento mais oportuno para prendê-lo”, contou Elton revelando que, assim que foi capturado, Cleverson confessou que tinha assassinado as vítimas. 

Os aparelhos celulares roubados de José Carlos e Márcia estavam na residência do criminoso. “Um estava escondido atrás de um vaso sanitário que fica jogado no quintal da casa dele e outro estava dentro de um guarda-roupa. Existe outra pessoa envolvida na morte desse casal e estamos no encalço para prendê-la. Também há um terceiro envolvido, que é um senhor que emprestou a arma”, informou Elton, que fez um desabafo: “Quero deixar bem claro para a população: o povo cobra e pensa que a polícia não está trabalhando, mas nós estamos de olhos abertos. Não adianta eu comemorar um gol se a bola bateu na trave e não entrou. Nós estamos dando uma resposta para a população de Coronel Fabriciano e de todo o Vale do Aço: a Polícia Civil não está dormindo”. 


Informação falsa na rádio 

Na terça-feira (30), a equipe de Elton lançou – estrategicamente – uma falsa notícia na Rádio Vanguarda, durante o programa Plantão Policial, dando conta que não havia nenhuma informação sobre os responsáveis pelo duplo assassinato do casal em Fabriciano e que o caso estava longe de ser elucidado. “Pedimos para soltar a notícia sobre o crime e falar que tudo estava na ‘estaca zero’. Queríamos que Cleverson ficasse tranqüilo e aparecesse, ‘brotasse’ na rua. Se ele saísse da cidade ia dificultar muito mais o nosso serviço”, explicou o inspetor. Além dele, participaram das investigações que terminaram com a prisão do assassino os policiais Jardel, Wellington, Higor, Fabrício e Paulo. “O povo tem ajudado muito a polícia com denúncias anônimas e esperamos que continue ajudando. Começamos a investigar esse duplo assassinato e tínhamos uma linha de raciocínio: sabíamos que se tratava, na realidade, de um latrocínio e não de um crime encomendado como se pensava. O local lá (a ‘Trilha da Biquinha’) é fácil de ser usado por meliantes, que ficam vigiando as pessoas para abordar e assaltar”, alertou Elton, que ainda finalizou: “Vamos continuar em diligências para apreender a arma usada do crime”.

Fonte: JVA online

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