Obstrução em lareira pode explicar morte de casal

Polícia fez uma perícia no local, mas resultado ainda não foi divulgado
Uma obstrução na chaminé ou uma falha na alimentação de ar externo à lareira podem explicar a morte por asfixia dos universitários Alessandra Paolinelli, 22, e Gustavo Lage, 23, segundo o engenheiro e arquiteto Cláudio Grochowski, que há 35 anos trabalha na construção e instalação de sistemas de aquecimento.

Seis dias após os dois terem sido encontrados mortos no quarto de uma pousada em Brumadinho, na região metropolitana da capital, a Polícia Civil ainda busca uma justificativa para o caso. A tese de morte por asfixia ganhou força após a divulgação de um laudo parcial que apontou alta concentrações de monóxido de carbono (CO) nos corpos dos dois namorados.

Na opinião de Grochowski, a hipótese mais provável é que um problema na alimentação de ar externo possa ter levado à combustão do oxigênio dentro do quarto e, posteriormente, à asfixia das vítimas.

O especialista explica que, para um perfeito funcionamento, os equipamentos precisam estar conectados ao ambiente externo, por meio de tubos que alimentam diretamente a lareira. "Se essa entrada for obstruída, o ar de dentro do ambiente passa a ser consumido pelo fogo, provocando a rápida intoxicação de quem está no local", disse. 

Em ambientes fechados, a queima de algum elemento combustível fica incompleta, gerando produção de CO, substância altamente tóxica para o organismo.

Grochowski disse desconhecer a existência de normas para a construção de lareiras, mas ressaltou a necessidade de bom senso e análise das condições locais.

O advogado da pousada, Fernando Júnior, disse que as lareiras instaladas nos quartos seguem padrões técnicos específicos e foram agregadas ao projeto de construção dos chalés. Segundo ele, os equipamentos foram aprovados pela prefeitura de Brumadinho.

Ontem, a delegada da Delegacia Homicídios Sul de Belo Horizonte, Elenice Ferreira, assumiu o inquérito que investiga as mortes do casal.

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